top of page

Doenças da pele
HERPES

Herpes (herpes labial)

O herpes simples é moléstia infecto-contagiosa crônica e, por vezes, recorrente, tendo como agente etiológico duas cepas diferentes do vírus herpes simples (HSV). Dois quadros distintos podem ser individualizados:

 

O herpes simples extragenital, cujo principal agente é o HSV do tipo 1 (HSV-1), e as formas perigenitais, com preponderância do HSV-2. A moléstia ganhou um novo e especial destaque com o advento da AIDS e com o aumento do número de indivíduos imunodeprimidos, pois as manifestações clínicas tornaram-se atípicas e inusitadas. Outro fato importante, nesse contexto, foi o surgimento de novas opções de drogas anti-herpéticas e das modernas técnicas de imunoprofilaxia envolvendo a biologia molecular. Assim sendo, o herpes simples passou a ser um dos campos da Medicina de maior evolução na última década.

 

A transmissão do HSV ocorre através das superfícies mucosas ou das soluções de continuidade na pele. Os principais sítios incluem a mucosa oral, ocular, genital e anal. O HSV-2 tem como via preponderante de contágio a relação sexual ou o canal do parto, nas gestantes infectadas.

 

O HSV produz pandemia sem precedentes, disseminando-se por todo o mundo. Estudos soroepidemiológicos confirmam que mais de 90% da população, em geral na quarta década de vida, possui anticorpos séricos contra pelo menos uma das cepas do HSV.

 

O contato com lesões clínicas do herpes é a forma usual de contágio. Admite-se, no entanto, a participação dos portadores assintomáticos na transmissão do HSV. Excreção salivar do HSV-1 em assintomáticos pode ser observada em até 9% dos adultos e 5% das crianças infectadas.

 

Cerca de 50% dos casos de herpes neonatal ocorrem em mulheres sem evidências clínicas de herpes genital durante o parto. Estima-se que apenas 10 a 20% dos pacientes infectados se definam como portadores de herpes simples; até 60% dos indivíduos soropositivos para o HSV apresentam quadros assintomáticos ou oligossintomáticos não reconhecidos pelos próprios pacientes como herpes simples.

 

Essa avaliação ajuda a entender como ocorre a disseminação do vírus na população, pois prováveis recidivas são interpretadas como estados gripais, aftas ou infecções genitais inespecíficas.

 

A infecção pelo HSV-1 tem-se tornado cada vez mais precoce na população de classe média européia e norteamericana, estando presente na forma latente em indivíduos cada vez mais jovens.

 

A incidência de casos novos do HSV- 1 é de aproximadamente 1,5% por ano, até a idade de 50 anos. A prevalência para o HSV-1 oscila de 70%, na maioria dos países europeus, até 95%, na América Central, África e Ásia.

 

Observa-se prevalência de 86% na população da cidade do Rio de Janeiro, em estudo de 1998. As menores prevalências situam-se no Japão (48%) e nos países escandinavos.

 

O aumento na incidência da infecção herpética genital pelo HSV-1 é, também, tendência mundial. O HSV- 1 é o agente causal de 28,5% das ulcerações genitais de certas populações amazônicas. Essa incidência pode chegar a 50% em certas regiões da Inglaterra. A observação dos autores no Rio de Janeiro detectou cerca de 8% dos pacientes com recorrência comprovada de herpes genital, mas soronegativos para o HSV-2.

 

Visto que as duas cepas virais podem causar infecção genital ou orolabial, é importante ressaltar que a frequência da reativação do vírus é influenciada pelo sítio anatômico envolvido. O HSV-2 apresenta acentuada tendência à recorrência (média de quatro episódios/ano), superior à observada na infecção herpética genital causada pelo HSV-1 (média < um episódio/ano). A infecção extragenital causada pelo HSV-1 recorre mais do que a causada pelo HSV-2, em qualquer região.

 

As manifestações clínicas do herpes simples dependem, fundamentalmente, do sítio da inoculação viral, da imunidade do hospedeiro e da cepa viral adquirida. A primo-infecção herpética é, geralmente, assintomática ou manifesta-se por meio de sintomatologia inespecífica.

 

Muitos dos quadros infecciosos da infância e adolescência, erroneamente imputados a outros vírus e infecções bacterianas da orofaringe, são, na verdade, primoinfecções herpéticas. Até 95% dos pacientes expostos primariamente ao HSV não apresentam sintomatologia suficiente para a plena caracterização do quadro.

 

Essa primeira manifestação do herpes simples pode ocorrer em pacientes hígidos que desenvolverão a sintomatologia própria da chamada primo-infecção herpética benigna . O quadro clássico de primo-infecção benigna é frequentemente precedido por febre, cefaleia, mialgias e adinamia. Em cerca de 24 horas surgem máculas eritematosas no local da inoculação, acompanhadas de ardor, prurido e dor.

 

Sobre a base eritematosa surgem vesículas agrupadas, que permanecem íntegras por cerca de quatro a cinco dias. Erosam, para depois haver a reparação; esse quadro perdura por período de duas a três semanas . Ocorre poliadenomegalia regional em até 75% dos casos

 

A complicação local mais comum no herpes genital são as infecções secundárias; nos homens não circuncisados pode ocorrer o quadro de fimose ou parafimose. O herpes extragenital ou labial é menos associado à complicações durante a primo-infecção, apesar da suspeita de que o HSV-1 esteja associado a quadros de paralisia de Bell e síndrome de Guillain-Barré. Itzhaki e cols. detectaram partículas do DNA do HSV-1 no cérebro de portadores da doença de Alzheimer.

 

Outro padrão completamente diferente é a infecção herpética recorrente, que se manifesta, quase sempre, na mesma topografia. O herpes simples, em especial o herpes orolabial, chega a acometer 10% da população. As manifestações prodômicas são mais discretas do que as observadas na primoinfecção, com ardor e dor. Seguem-se eritema e vesículas agrupadas, erosões, crosta e reparação. A duração de todo o processo é, em média, de uma semana; a adenite regional restringe-se a 5% dos casos

 

TIPOS DE HERPES:

 

GENGIVOESTOMATITE HERPÉTICA:

A Gengivoestomatite Herpética Aguda (GEHA) é a primo-infecção causada pelo vírus herpes simples (HSV), que age como um parasita intracelular obrigatório. O HSV apresenta dois grupos sorotipo diferentes, o HSV-1 e HSV-2.

 

O sorotipo 1 é responsável pelas infecções bucais e peribucais. O sorotipo 2 é responsável pelas infecções genitais recorrentes. Freqüente entre as crianças de um a seis anos de idade com predileção para o gênero feminino e pela raça branca três vezes mais que em negros

 

A forma de contágio mais comum é por contato direto, normalmente pelo beijo. O diagnóstico clínico baseia-se nos aspectos clínicos e evolução do quadro clínico. As manifestações clínicas regridem espontaneamente e quase por completo no período de dez a quatorze dias.

 

HERPES LABIAL:

O herpes labial é uma doença infecciosa causada pelo vírus herpes simplex tipo 1 (HSV-1). O tipo 2 (HSV-2) normalmente causa a forma genital da doença. Esse vírus é altamente prevalente na raça humana e estima-se que 90% da população mundial possui o vírus. Desses, apenas 10% manifestam a doença

 

A reativação do vírus pode ocorrer devido a diversos fatores desencadeantes, tais como: exposição à luz solar intensa, fadiga física e mental, estresse emocional, febre ou outras infecções que diminuam a resistência orgânica.

 

Algumas pessoas tem maior possibilidade de apresentar os sintomas do herpes. Outras, mesmo em contato com o vírus, nunca apresentam a doença, pois sua imunidade não permite o seu desenvolvimento.

 

As localizações mais frequentes são os lábios e a região genital, mas o herpes pode aparecer em qualquer lugar da pele. Uma vez reativado, o herpes se apresenta da seguinte forma: inicialmente pode haver coceira e ardência no local onde surgirão as lesões. A seguir, formam-se pequenas bolhas agrupadas como num buquê sobre área avermelhada e inchada. as bolhas rompem-se liberando líquido rico em vírus e formando uma ferida. É a fase de maior perigo de transmissão da doença. a ferida começa a secar formando uma crosta que dará início à cicatrização. A duração da doença é de cerca de 5 a 10 dias.

 

HERPES GENITAL

O herpes genital é uma infecção viral transmitida sexualmente que afeta a pele ou as membranas mucosas dos genitais.

O herpes genital é causado por dois vírus:

Vírus do herpes simples tipo 2 (HSV2)
Vírus do herpes simples tipo 1 (HSV-1)

 

O vírus do herpes simples tipo 2 (HSV-2) origina a maioria dos casos de herpes genital. O HSV-2 pode se espalhar através de secreções da boca ou dos genitais.

 

Na maioria das vezes, o vírus do herpes simples tipo 1 (HSV-1) causa infecções nos labios (comumente chamadas de aftas ou herpes de boca). O HSV-1 pode se espalhar da boca aos genitais durante o sexo oral.

 

O vírus do herpes simples (HSV) é transmitido de uma pessoa a outra durante o contato sexual. Você pode se infectar com herpes quando a pele, a vagina, o pênis ou a boca entrarem em contato com os de uma pessoa que já tenha herpes.

 

O herpes é mais comumente transmitido pelo contato com a pele de uma pessoa infectada que tem lesões visíveis, bolhas ou erupções (uma crise ativa), mas você também pode contrair herpes pelo contato com a pele de uma pessoa infectada quando NÃO há lesões visíveis (e a pessoa pode nem saber que está infectada) ou pelo contato com os fluidos da boca (saliva) ou da vagina de uma pessoa infectada.

 

Como o vírus pode ser transmitido mesmo quando não há sintomas ou lesões presentes, um parceiro sexual que tenha sido infectado com herpes no passado, mas que não tem lesões ativas de herpes, pode transmitir a infecção a outras pessoas.

 

As infecções genitais por HSV-2 são mais comuns em mulheres (aproximadamente 1 em cada 4 mulheres está infectada) do que em homens (aproximadamente 1 em cada 8 homens está infectado.

 

Diagnóstico e testes

A herpes genital é considerada uma forma grave de infecção e sempre deve ser diagnosticada por um profissional médico. Se suspeitar que você tem herpes consulte um médico ou profissional de saúde

 

Existem vários testes que são utilizados para o diagnóstico de herpes, sendo alguns mais precisos do que outros. Muitas pessoas precisam ser testadas mais de uma vez.

 

Se os sintomas ativos estão presentes e as feridas não foram curadas deve-se solicitar uma cultura do vírus específico ou análise do vírus da herpes. A cultura viral procura a presença do vírus na lesão. Este método é muito específico e frequentemente não apresenta um resultado positivo quando outra coisa é o culpado.

 

Muitas vezes, a presença da herpes não é exibida na cultura viral, mesmo se ela está presente. Frequentemente, pacientes que receberam resultados negativos da cultura serão convidados a voltar quando uma nova lesão genital aparece, assim, a cultura pode ser testada novamente.

 

Os testes de sangue são geralmente utilizadas nos casos em que não há sintomas vísiveis. O teste de sangue funciona através da detecção da presença de anticorpos contra o herpes. Há possibilidade de que o vírus não apareça em um exame de sangue e um resultado positivo nem sempre é indicativo de que a pessoa tem herpes genital.

 

Em primeiro lugar, após a primeira exposição ao herpes, uma pessoa pode levar várias semanas para desenvolver os anticorpos que o teste procura. Normalmente, após a exposição à herpes são necessárias duas semanas a três meses para os anticorpos aparecerem no sangue. Alguns exames de sangue detectam anticorpos mais cedo do que outros. No entanto, uma vez que os anticorpos estão presentes, permanecem no corpo para toda a vida.

 

Em segundo lugar, os testes de sangue não podem determinar a diferença entre os dois tipos de herpes, HSV-1 e HSV-2. Por esta razão, os que buscam um diagnóstico preciso da herpes genital deve obter um teste "tipo específico" sorológico, que pode distinguir com precisão os anticorpos HSV-2 do HSV-1. A maioria dos ensaios de kits comercialmente disponíveis atualmente não podem fazer essa distinção, apesar de suas alegações.

 

TRATAMENTO HERPES:

 

O aciclovir é a droga de escolha no tratamento do herpes simples. É um análogo acíclico do nucleosídeo 2'-deoxiguanosina. Age como inibidor seletivo da replicação do HSV, sendo administrado sob a forma de pró-droga inativa.

O aciclovir apresenta interação medicamentosa mínima com outras drogas, facilitando a administração em pacientes idosos, hipertensos, diabéticos ou hospitalizados e em uso de prescrição múltipla. A biodisponibilidade é de aproximadamente 30%, com meia-vida plasmática de três horas, sendo excretado na urina. A dose preconizada na primoinfecção benigna é de 1g/dia, fracionada em cinco tomadas. O tempo de tratamento pode estender-se por período de até 10 dias.

 

As recorrências eventuais do herpes simples são facilmente controladas com doses semelhantes às administradas na primoinfecção, porém utilizadas por período mais curto (cinco dias).

O uso tópico do aciclovir apresenta poucas vantagens em relação ao placebo. A freqüência das recorrências não é, no entanto, estatisticamente modificada pelo uso episódico do aciclovir, sugerindo que o tratamento episódico da recidiva clínica não é a opção terapêutica ideal.

 

O uso do aciclovir na gravidez tem sofrido modificações nos últimos anos. A droga foi originalmente proscrita durante a gestação pelo risco aparentemente óbvio de induzir defeitos congênitos ao atuar no DNA celular. O estudo de Smith e cols. demonstrou, no entanto, a segurança da droga quando ministrada no final da gravidez e a vantagem econômica dessa estratégia em detrimento do parto cesariano, mais caro e de maior morbidade. Spangler e cols. advogam que todas as mulheres grávidas, portadoras de herpes genital, deveriam utilizar o aciclovir no último trimestre da gravidez, na tentativa de minimizar o risco do herpes neonatal.

 

A supressão da recorrência do herpes simples pode ser obtida, em 85% dos casos, com a administração oral de aciclovir, em doses que variam de 400mg/dia a 600mg/dia, por períodos superiores a seis meses. A droga estaria indicada em pacientes sujeitos a mais de seis recorrências por ano.

 

CUIDADOS GERAIS PARA ALIVIO DA HERPES:

 

Banhos de sal

Os sais de Epsom são melhores se você os têm disponível. Você pode comprar sais de Epsom na maioria dos supermercados locais ou farmácias. A água salgada pode ser usado para lavar a área infectada e ajuda a limpar, suavizar e secar as feridas.

 

Use uma colher de chá de sal em 600 ml de água ou um punhado generoso em uma banheira. Um longo mergulho no oceano também terá um efeito semelhante

 

Ao utilizar Dynamiclear, o melhor é fazer a aplicação depois que a área está limpa e seca e, em seguida, deixar a área cicatrizando, sem perturbação. Quanto mais seca você manter a área (após a aplicação), mais rápido ele vai curar, portanto evite molhar a área para obter melhores resultados.

 

Analgésicos gerais

Incluem analgésicos simples, tais como o paracetamol. O gelo pode ser utilizado como calmante, se aplicado diretamente nas feridas.

 

Roupas íntimas soltas

Através do uso de roupas íntimas soltas que sejam, de preferência, de algodão (não de nylon) durante um surto, você pode ajudar a minimizar o desconforto e permitir a cicatrização.

 

Alivie a dor ao urinar

Para qualquer pessoa com dor extrema ao urinar, o processo pode ser menos doloroso quando feito em um banho frio e é importante lembrar-se de beber bastante líquido, pois isso dilui a urina.

 

Gelo

Pode ser reconfortante se envolvido em uma toalha e aplicado diretamente nas feridas.

 

IMPORTANTE:​ Procure o seu dermatologista para diagnosticar doenças, indicar tratamentos e receitar remédios O tratamento deve ser orientado pelo seu médico.

 

Bibliografia: SANTOS, OLR, SILVA, AGS E PEREIRA, AC. HERPES SIMPLES GENITAL: UMA PANDEMIA . ANAIS BRASILEIROS DE DERMATOLOGIA. RIO DE JANEIRO. 71(1): 59-61

dobra-cta-1.webp

Se você deseja conhecer a clínica mais bem avaliada do Morumbi, com profissionais habilitados e preparados para resolver seus problemas, clique no botão abaixo e marque já sua consulta

bottom of page