Doenças da pele
MICOSE
IMPINGE/MICOSE:
O QUE É?
Trata-se de uma das doenças mais comuns da dermatologia causadas por uma infecção fúngica, assim, nada tem a ver com outras infecções que são provocadas por bactérias ou vírus. Os fungos estão em toda parte podendo ser encontrados no sólo e em animais. Até mesmo na nossa pele existem fungos convivendo conosco, sem causar doenças. Clinicamente esse tipo de doença pode aparecer em: pele, cabelo,micose na unha,micose no pé,micose na virilha e mucosas.
Cuidados para se evitar contrair uma micose (IMPINGE):
- Seque-se sempre muito bem após o banho;
- Evite ficar com roupas molhadas;
- Evite o contato prolongado com água e sabão;
- Não ande descalço em pisos constantemente úmidos;
- Observe a pele e o pêlo de seus animais de estimação. Qualquer - alteração como descamação ou falhas no pêlo procure o veterinário;
- Evite mexer com a terra sem usar luvas;
- Use somente o seu material de manicure;
- Evite usar calçados fechados o máximo possível.
TRATAMENTO MICOSE / TRATAMENTO IMPINGE
Podem ser usadas medicações locais ou medicações por via oral, dependendo da intensidade do quadro. O tratamento das micoses é sempre prolongado, variando de cerca de 30 a 60 dias, siga sempre a orientação do seu médico. O tratamento vai depender do tipo de micose e deve ser determinado por um médico. Evite usar medicamentos indicados por outras pessoas.
MICOSE NA VIRILHA/IMPINGE NA VIRILHA (TINEA CRURAL)
A tinea inguinal (ou tinea crural), micose (IMPINGE) que atinge a região da virilha, é causada pelo crescimento, nesta região, de fungos do gênero dermatófitos ou pela levedura Candida albicans. A anatomia da virilha favorece o crescimento destes microorganismos, devido à escuridão, calor e umidade características desta área do corpo.
Durante o verão, com o aumento do suor ou o uso de roupas de banho molhadas durante muito tempo, a umidade local aumenta ainda mais, o que torna este tipo de micose mais frequente nesta época do ano. A tinea inguinal é confundida com alergia ao tecido elástico das roupas de baixo ou de banho. Na verdade, o uso de tecidos sintéticos favorece o crescimento da micose (IMPINGE) por dificultar a evaporação do suor.
A doença se manifesta pela formação de manchas avermelhadas, úmidas ou descamativas, geralmente acompanhadas de muita coceira. Atingem a região da virilha mas podem se alastrar até as nádegas e o abdomem.
Quando o fungo responsável é o dermatófito, as lesões apresentam bordas bem delimitadas, em geral descamativas, que vão crescendo de forma centrífuga Quando o responsável é a Candida albicans (candidíase), forma-se área avermelhada e úmida, que se expande por pontos periféricos à área mais afetada.
TRATAMENTO MICOSE DA VIRILHA
Para evitar a tinea inguinal (IMPINGE) dê preferênica ao uso de roupas frescas, principalmente nos meses mais quentes do ano. Use roupas de baixo de algodão, evitando as de tecido sintético, e evite ficar com roupas de banho molhadas por muito tempo.
O tratamento da micose pode ser feito com medicamentos de uso tópico ou via oral, o que vai depender da extensão da doença. Procure um DERMATOLOGISTA aos primeiros sintomas sem usar nenhuma medicação, pois elas podem mascarar o aspecto da doença, dificultando o diagnóstico correto e a indicação do medicamento mais apropriado para cada caso.
MICOSE NA UNHA (ONICOMICOSE)
A onicomicose (IMPINGE) é uma infecção que atinge as unhas, causada por fungos. As fontes de infecção podem ser o solo, animais, outras pessoas ou alicates e tesouras contaminados. As unhas mais comumente afetadas são as dos pés, pois o ambiente úmido, escuro e aquecido, encontrado dentro dos sapatos e tênis, favorece o seu crescimento. Além disso, a queratina, substância que forma as unhas, é o "alimento" dos fungos.
Lixa de unha transmite micose?
Verdade: a miscose (IMPINGE) é transmissível de diversas maneiras. Por isso, recomenda-se evitar o uso comum de objetos como lixas, biquínis e peças íntimas, por exemplo. "Não se deve compartilhar objetos pessoais. Os fungos resistem no ambiente por muito tempo e, se a pessoa tiver micose e você usar algo dela, pode se contaminar", adverte.
Formas de contágio:
- Contato com animais de estimação
- Em chuveiros públicos
- Lava-pés de piscinas, praias e saunas
- Andar descalço em pisos úmidos ou públicos
- Uso de toalhas compartilhadas ou mal-lavadas
- Peças de uso comum (botas, luvas)
- Uso de roupas e calçados de outras pessoas
- Uso de alicates de cutículas, tesouras e lixas não-esterilizadas
- Usar roupas úmidas por tempo prolongado
Micose de unha é igual a de pele?
Mito: existem vários tipos de fungos e, por isso, vários tipos de micose (IMPINGE). A micose da pele pode ou não ser igual a da unha. Isso vai depender do fungo causador da infecção.
Se há uma diferença entre pele e unha em relação à micoses, ela está no tratamento. Tratar micoses de unha é muito mais trabalhoso e demorado do que as da pele. Isso porque, segundo a dermatologista, o tratamento das unhas depende da eliminação da unha contaminada, o que demora em média um ano para acontecer.
Micose passa de uma unha para outra ou da unha para a pele?
Verdade: como o contágio se dá por contato, é possível que uma unha infeccionada transmita o problema para as outras, tanto nos pés quanto nas mãos, embora a dos pés seja mais comum.
O uso de esmaltes não atrapalha o tratamento das micoses/IMPINGE?
Mito: o esmalte impermeabiliza a unha e dificulta a penetração do medicamento. O ideal é usar esmaltes antimicóticos, pois eles são os mais indicados para cuidar de micoses (IMPINGE) já que apresentam maior taxa de antifúngicos. "O esmalte comum não é indicado, porque torna o processo de cura mais demorado, já os antimicóticos são excelentes porque tratam o problema com maior eficiência. Mas seu uso deve ser feito apenas sob prescrição médica para evitar alergias ou reações adversas.
Os antifúngicos de consumo oral prejudicam o fígado?
Verdade: os antifúngicos orais são metabolizados unicamente pelo fígado, podendo sobrecarregar ou agredir este órgão. "Por isso, pessoas com problemas relacionados ao funcionamento deste órgão não devem fazer uso dos antifúngicos"
Micoses podem ser tratadas apenas por podólogos?
Mito: os podólogos são profissionais preparados para identificar este tipo de infecção e são treinados para fazer a parte de assepsia do local atingido, essencial para a recuperação, porém, não podem receitar nenhum tipo de medicamento.
Tratamento micose da unha
Existem métodos rápidos, eficazes e seguros para o tratamento de micose (IMPINGE). Mas, apesar de ser um tratamento simples, exige persistência e paciência, porque é um processo demorado. Além disso, as aparências enganam muito nestes casos.
Às vezes, o paciente interrompe o tratamento e acha que já está curado porque a região afetada parece recuperada mas, na verdade, ainda não se alcançou a cura total e o tratamento tem que começar novamente
Os medicamentos utilizados para o tratamento podem ser de uso local, sob a forma de cremes, soluções ou esmaltes. Casos mais avançados podem necessitar tratamento via oral, sob a forma de comprimidos. Os sinais de melhora demoram a aparecer, pois dependem do crescimento da unha, que é muito lento. As unhas dos pés podem levar cerca de 12 meses para se renovar totalmente e o tratamento deve ser mantido durante todo este tempo.
Nos últimos anos, tem se buscado um tratamento efetivo, menos traumático, com ausência de efeitos secundários e economicamente acessível aos pacientes.
Estudos realizados em 2009 pela Drª.Kozarev da Universidade de Washington tem demonstrado resultados promissores com a terapia fototérmica assistida por laser para todos os tipos de onicomicoses.
Estudos realizados em 2011 pelo Drº. Wildecir Barros com a terapia fototérmica laser 1064nm de ndyag (deka), apresentaram resultados muito significativos chegando a um percentual aproximado de 96% de cura sem utilização de nenhum outro método terapêutico.
TRATAMENTO A LASER:
Este tratamento é bem recente nos Estados Unidos e, até então, inexistente no Brasil. Para se obter sucesso no tratamento, o fungo deve ser totalmente eliminado da unha e, para que isto ocorra, a unha doente deve ser totalmente substituída pela uma unha nova. Este processo é realizado através da tecnologia de fototerapia para o tratamento local de infecções por fungos e bactérias, e é desta maneira que o laser Nd:YAG, novidade nesta área, age.
O procedimento é simples. O laser atravessa a lâmina da unha e atinge o seu leito resultando num aquecimento do material fungico. A exposição do fungo a altas temperaturas inibe o seu crescimento e causa dano e morte celular. Neste método de tratamento não há contato da ponteira do equipamento com a unha ou a pele, o que resulta num procedimento limpo, simples e de acordo com as normas sanitárias. O esquema de tratamento é composto por 4 a 8 sessões com intervalo de 1 a 2 semanas e acompanhamento para observar o crescimento da unha após um mês, 3 e 6 meses.
Além disso, o laser proporciona o rejuvenescimento das unhas, pois melhora a microcirculação do leito ungueal, ou seja, a circulação sanguínea, o que favorece um melhor crescimento da unhas, além de dar aspecto saudável.
MICOSE PÉS E MÃOS/IMPINGE PÉS E MÃOS:
São causadas por diferentes tipos de fungos, que se alimentam da queratina da pele. Os fungos podem ser de três tipos: dermatófitos (são os mais comuns, dos gêneros Microsporum, Trichophyton e Epidermopphyton), cândidas e fungos comensais (vivem na superfície da pele sem atacá-la).
A contaminação por estes fungos pode ocorrer em praias, piscinas, vestiários, chuveiros, no solo ou em qualquer local onde o fungo esteja presente e possa entrar em contato com a pele.
Fatores predisponentes:
Altas temperaturas e umidade, pele com pequenos ferimentos ou arranhões, excesso de suor, uso de meias finas de material sintético e de calçados fechados, agressividade do fungo, susceptibilidade da pessoa ao fungo.
As micoses das mãos e dos pés são muito freqüentes e podem causar uma série de complicações, como: infecções secundárias por bactérias e vírus que aproveitam a destruição da camada superficial para invadir a pele; feridas abertas com saída de secreções, dor e incômodo devido à coçadura crônica; feridas graves em pacientes diabéticos.
Para fazer o diagnóstico adequado é necessário, muitas vezes, pedir exames complementares como o micológico direto, a cultura de fungos ou de bactérias (para identificar o agente) e até uma biopsia (para diagnóstico histológico das lesões).
TRATAMENTO MICOSE PÉS E MÃOS:
O tratamento das micoses deve ser feito pelo dermatologista, que é o médico especializado no estudo da pele e suas doenças. A tinha dos pés ou das mãos que não for corretamente diagnosticada não será tratada adequadamente e isto poderá levar muitos problemas ao paciente. Uma das dificuldades para o diagnóstico correto é o grande número de diagnósticos diferenciais, ou seja, de doenças que se parecem com micoses, mas são causadas por outros agentes. Estas doenças têm tratamentos diferentes e se forem tratadas como micoses podem trazer sérios problemas ao paciente. Entre os diferenciais temos: Psoríase, dermatite de contato, disidrose, queratodermias, traumatismos e infecções parasitárias, bacterianas, virais ou micobacterianas, entre outras.
Para o tratamento das micoses são utilizados antifúngicos de aplicação local em cremes, pomadas, soluções ou loções, e/ou antimicóticos sistêmicos (via oral ou intravenosa). A escolha do veículo tópico mais adequado vai depender dos aspectos clínicos da lesão, e a escolha de qual antifúngico usar dependerá das características clínicas da lesão, das características do fungo e do paciente. Estas medicações podem afetar órgãos como o fígado e os rins, alterar o colesterol, causar efeitos colaterais gástricos, dores de cabeça e interagir com outras drogas, diminuindo ou aumentando o efeito destas. Logo, é muito importante que uma boa história clínica e alguns exames de sangue sejam solicitados antes e durante o uso dos antimicóticos.
MICOSE COURO CABELUDO/IMPINGE COURO CABELUDO (TINEA CAPITIS):
A Tinea capitis é a infecção fúngica mais comum na idade pediátrica. Trata-se de uma infecção fúngica superficial (também denominada dermatofitose) do couro cabeludo, sobrancelhas e pestanas que atinge principalmente a haste capilare os folículos, causada por fungos do género Trichophyton e Microsporum. Os principais agentes causadores da maior parte dos casos de Tinea capitis eram o Microsporum canis e o Microsporum audouinii. Atualmente, o M. canis continua a ser o principal agente causador a nível mundial, enquanto que, nos EUA, nos últimos anos, é o Trichophyton tonsurans o responsável por aproximadamente 90% dos casos de Tinea capitis. A Tinea capitis afecta principalmente crianças em idade escolar (3-7 anos), sendo rara nos adultos. A transmissão faz-se através do contacto com animais infectados, solo e de pessoa para pessoa. Tanto as crianças como os adultos podem ser portadores assintomáticos. Os fungos podem sobreviver em meios externos, como chapéus, pentes, almofadas e lençóis, por longos períodos de tempo, sendo o seu período de incubação desconhecido.
A apresentação clínica da tinha do couro cabeludo varia desde uma dermatose descamativa não inflamatória, semelhante à dermatite seborreica, a uma doença inflamatória com lesões eritematosas e descamativas com alopécia(queda de cabelo), podendo progredir para lesões tipo Kérion celsi. O Kérion caracteriza-se por fenómenos inflamatórios, de tipo foliculite agrupada, que surgem sobre áreas pilosas. Produzem-se nódulos, com tendência supurativa, que quando acentuada, promove a expulsão dos pêlos parasitados e na sua resolução ficam cicatrizes que originam uma alopécia definitiva. Nas formas agudas é comum haver febre, tumefacção ganglionar regional e, eventualmente, aparecimento de erupção secundária designada por "ides".
O diagnóstico de Tinea capitis é feito pela observação em microscopia óptica de elementos do fungo em amostras de cabelo ou pele infectada. A cultura é necessária para a identificação do agente específico. É importante estabelecer o diagnóstico correcto porque clinicamente as lesões podem ser semelhantes mas a terapêutica difere segundo o agente etiológico específico.
TRATAMENTO IMPINGE COURO CABELUDO/ TRATAMENTO MICOSE COURO CABELUDO (TINEA CAPITIS):
A terapêutica oral é essencial dado que os medicamentos tópicos não são capazes de penetrarem adequadamente no folículo e haste capilar. A griseofulvina, disponível desde 1958, é o único antifúngico de administração oral autorizado pela U.S. Food and Drug Administration (FDA) para tratamento das tinhas do couro cabeludo nas crianças. A dose é de 10 a 20 mg/Kg/dia, durante seis a oito semanas, devendo ser tomado com uma refeição gorda para facilitar a absorção. Podem surgir reacções adversas como sonolência, cefaleias, náuseas, fotossensibilidade e reacções urticariformes.
O uso do champô de sulfureto de selénio a 2,5%, duas vezes por semana, associado a griseofulvina, reduz a frequência de culturas positivas. Outra alternativa é o champô de cetoconazol a 2%. Pode ser útil o uso de queratolíticos que promovem a remoção do estrato córneo, local principal de infecção fúngica nas micoses superficiais. Deve ser sempre alertada a necessidade de evitar a partilha de objectos pessoais como pentes, escovas, chapéus, toalhas, roupas ou almofadas. Tratando-se de espécies antropofílicas, os contactantes da pessoa infectada devem fazer o tratamento com champôs antifúngicos para reduzir o estado de portador assintomático e evitar a propagação da doença.
A terbinafina, o itraconazol e o flucanazol também são eficazes no tratamento da tinha do couro cabeludo, apesar de ainda não terem sido aprovados pela FDA para a idade pediátrica. As doses recomendadas para a terbinafina são de 3 a 6 mg/kg/dia, durante 2 a 6 semanas, para o itraconazol de 3 a 5 mg/Kg/dia, durante 2 a 4 semanas e para o fluconazol de 6mg/kg/dia durante 20 dias. Segundo a literatura, não há ainda casos descritos de uso de terbinafina em crianças com idade inferior a 2 anos.
IMPORTANTE! Procure o seu dermatologista para diagnosticar doenças, indicar tratamentos e receitar remédios.
Fonte : Adelaide University - Superficial mycoses